Qua, 26 de abril de 2017, 09:47

Projeto de extensão busca fortalecer comunidades de catadores de materiais recicláveis e de mangaba
Iniciativa envolve alunos dos cursos de ciências Econômica, Contábeis e Sociais, Engenharia Agrícola e Comunicação
Ideia do projeto surgiu após debates em sala de aula sobre a necessidade de estimular os alunos a se envolverem na realidade local.
Ideia do projeto surgiu após debates em sala de aula sobre a necessidade de estimular os alunos a se envolverem na realidade local.

Foi a partir de uma discussão em sala de aula sobre economia sustentável que surgiu o projeto de extensão “Economia solidária – uma imersão social no estado de Sergipe”. A ação envolve alunos de cinco cursos de graduação da Universidade Federal de Sergipe: ciências Econômica, Contábeis e Sociais, Engenharia Agrícola e Comunicação.

Inicialmente, o projeto decidiu estudar duas iniciativas sociais na Grande Aracaju: a Cooperativa dos Catadores e Selecionadores de Materiais Recicláveis e Reutilizáveis de Sergipe e a comunidade extrativista das Mangabeiras, do bairro Santa Maria.

O líder da ação é o professor do Departamento de Ciências Econômicas Andrews Veikman. Segundo ele, além de possibilitar que os alunos conheçam a dinâmica de empreendimentos sociais, o projeto de extensão tem o objetivo de auxiliar as comunidades na elaboração de políticas públicas sustentáveis.

“Essa ideia surgiu de uma necessidade notada em sala de aula após um debate; a necessidade de estimular os alunos a se envolverem na realidade da comunidade na qual ele está inserido através do desenvolvimento de políticas públicas. Isso na perspectiva da economia solidária, que é uma atividade econômica que se baseia nas relações humanas, interpessoais de produção,” afirma o professor.


Alunos perceberam que os cooperados não têm conhecimento do que é uma cooperativa. (fotos: arquivo pessoal)
Alunos perceberam que os cooperados não têm conhecimento do que é uma cooperativa. (fotos: arquivo pessoal)

A primeira visita à cooperativa de catadores e à comunidade extrativista aconteceu no início deste mês de abril. De acordo com o pesquisador, o diagnóstico inicial apontou que as duas iniciativas sociais carecem de políticas de incentivo e desenvolvimento.

“Os alunos puderam interagir com as comunidades e perceberam, por exemplo, a falta de conhecimento dos cooperados do que é uma cooperativa. Ou seja, o papel deles enquanto cooperado e agente social. Notamos também uma invisibilidade social. Eles não se reconhecem como agentes de mudança. Já no caso dos catadores de mangaba, a comunidade ainda não se oficializou como uma cooperativa. Lá, percebemos um conflito social muito forte, sobretudo a violência urbana e o avanço imobiliário, que preocupa a manutenção do extrativismo sustentável na área”, diz o pesquisador.

“Economia solidária – uma imersão social no estado de Sergipe” é uma parceria do Departamento de Economia com a Pró-Reitoria de Extensão e o Núcleo de Empreendedorismo da UFS, Instituto Marcelo Déda, Instituto Banese, Centro de Referência em Economia Solidária, Cooperativa de Catadores Cooper Luxo, Federação das Cooperativas dos Catadores e Selecionadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis em Defesa do Meio Ambiente do Estado de Sergipe e Prefeitura de Aracaju.

Rádio UFS FM